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terça-feira, 14 de agosto de 2012

Sonho ou pesadelo: os erros mais frequentes em uma obra


Texto publicado no site da portobello shop, e compartilho para conhecimento de todos. Por Ricardo J. Botelho


Quando você pergunta a um Arquiteto ou Designer de Interiores o que vende, a resposta, invariavelmente, é FELICIDADE. Na definição clássica, felicidade é a busca do prazer e a ausência de dor. Pergunto a você leitor: como o cliente associa a experiência de conviver com uma obra, ao prazer ou a dor?

Tá bom, para que tocar nesse assunto! Mas vamos enfrentar essa realidade da dor com dignidade, o que me dizem? Afinal, se há um lugar onde o potencial de "cacada" é enorme, esse local é uma obra. Dizem que o Murphy, aquele da lei "de que se algo tiver que sair errado sairá", habita uma obra, tamanho o índice de problemas que ali existe.

Mas como tudo isso começa? Partimos do princípio de que os profissionais têm sua parcela de culpa nesse processo. E lá fomos nós ouvir fornecedores para saber quais os erros mais freqüentes que Arquitetos e Designers de Interiores cometem em obras e reformas. A pesquisa foi feita junto a fabricantes de armários, revendas de revestimentos e de louças e metais, empresas de iluminação entre outras. Nossa experiência no trato com esses fornecedores nos mostrava que essa fonte de informação seria um bom indicador dos problemas que ocorrem nas obras e reformas. Afinal, as "cacadas" precisam ser consertadas e os fornecedores entram nessa também (é claro que eles também erram, mas hoje, nosso foco é no projeto).

A ideia deste artigo é chamar a atenção do profissional para que implemente medidas de forma a controlar as variáveis mais críticas e causadoras dos erros. Agindo dessa forma, você estará preservando a imagem da sua organização e evitando atritos com o Cliente e resgatando a FELICIDADE e o sonho que estavam na origem da sua contratação.

Veja o que constatamos.

Erro 1 - Medidas equivocadas
Medir é uma ciência exata? Depende de quem mede, diria o filósofo. Um dos problemas mais freqüentes em projetos enviados aos fornecedores, o erro nas medidas causa um transtorno terrível em refazer elementos, na aquisição equivocada de produtos, o que gera custos adicionais e atrasos na execução. Por isso, cheque as medidas, avalie quem as efetua e oriente.

Erro 2 - Alterações no projeto
Reuniões na obra com o cliente provocam alterações no projeto. Normal, certo? Mas diversas especificações e compras de produtos já foram definidas e encaminhadas. Quando essas alterações não são comunicadas aos fornecedores..., ai, ai, que problema! Sabe aquele gesso que ficou 5 mm mais baixo do que previsto? Na hora de instalar os armários da cozinha...

Erro 3 - Pontos de elétrica e hidráulica
Há um fantasma que habita as obras e na calada da noite move pontos de elétrica e hidráulica. Só isso explica por que tantas alterações. Um dos erros mais comuns em obras, fator gerador de grandes problemas e de custos. Muitos fornecedores criaram equipes só para checar esses pontos antes de iniciar a fabricação ou instalação de armários e de tampos e cubas, por exemplo. Isso impede erros e consequente novos custos, mas onera a operação (mais gente para controlar) o que acaba impactando o preço final, com certeza.

Erro 4 - Sequenciamento de etapas
Dizem que uma das leis da Arquitetura é a seguinte: o marceneiro vai estragar o trabalho do pintor; o pintor vai estragar o trabalho do eletricista....e assim por diante. O correto sequenciamento de etapas na obra evita esse problema, ou minimiza os estragos. Um dos maiores desafios dos profissionais, o sequenciamento de etapas é instrumento fundamental na organização do ambiente em uma obra. Tão relevante que é, o sequenciamento de etapas deveria ser usado pelos profissionais para valorizar a sua contratação e justificar porque pagar mais pelo projeto.

Erro 5 - Especificação inadequada
Olha a cena: dia de estréia da piscina; primeiro mergulho. Ao sair da água, o Cliente escorrega e torce o tornozelo. Sabe quem ele xinga? Na verdade, o revestimento especificado era inadequado para áreas molhadas. Transporte essa situação para outras frentes do projeto e você terá um quadro crítico. Sem dúvida.