Como arquiteto, uno o conceito de projeto com o bem-estar e bem-viver dos clientes, e sem clichê algum. o fato é que o espaço é estático e estimula o sentido da visão inicialmente. as texturas aplicadas ao projeto, por sua vez, atrai o desejo ao toque, e os aromáticos aplicados no ambiente, como flores, perfumes, sachês, essências... dão o toque ao olfato.
e os sabores? sem muito a intervir, o arquiteto deixa meio que à parte este estímulo sensorial, e é nesta fase que a gastronomia entra para compor e integrar ao ser humano o sentido da vida ampla: viver - descansar - sonhar.
Ampliei minha carreira de arquiteto me tornando professor do curso de arquitetura, já que tinha intimidade com minha área de trabalho. Fui convidado para dar aulas no curso de Gastronomia, lecionando a disciplina de Planejamento Físico de Unidades de Alimentação (Faculdade Maurício de Nassau e Faculdade Guararapes) - onde ensino aos futuros gastrônomos quais os melhores materiais a serem aplicados nas áreas de produção de alimentos (e os que não devem ser aplicados), como cuidar da ambiência (temperatura, iluminação, controle de ruídos, umidade) e também como deve ser o fluxo de produção das refeições, deste do recebimento dos insumos, tratamento, estocagem, pré-preparo e distribuição.
Esta experiência em sala de aula, e também na aplicação destas técnicas nos projetos de cozinha, me fez despertar o interesse em também me tornar um Gastrônomo.
Hoje além de professor do curso, também estou cursando Gastronomia. e penso em desenvolver algumas oficinas de fusão entre temas gastronômicos com a arquitetura... criar pratos em homenagem a grandes obras edificadas e marcos arquitetônicos históricos...enfim...Criar!
A riqueza das informações, formas de manipulação, contaminação e boas práticas na cozinha, ampliaram minha visão de como deve ser uma unidade de produção de alimentos.
Dos pequenos detalhes, como onde posicionar os utensílios, até os grandes equipamentos, as instalações elétricas, hidrossanitárias, incêndio, etc. Como tudo pode ser possível, desde que bem planejado.
Conhecimento nunca será demais. sempre é bom ampliar o que já temos, fazer trocas de informações, experimentar mais de outros universos, e tudo isto com um único foco: A melhoria da qualidade de vida das pessoas, oportunizando momentos e sensações únicas e vastas.
Converso sempre com meus alunos de gastronomia e nunca me coloco na posição de "professor" mas de um facilitador do conhecimento. Eu aprendo, eles aprendem, todos ganhamos. Esta relação de cumplicidade e respeito é a força motriz do meu trabalho acadêmico, do contrário, acho que não valeria a pena ser um repassador de teorias...
Viver é a melhor coisa que temos a fazer, então que façamos com toda intensidade!